
No Profissões sem Frescuras de hoje, falamos com a Jéssica Manso, 28 anos, que nos contou um pouco sobre sua carreira na medicina. Confere aí!
Qual a sua profissão? Médica - Cirurgiã
Conta pra gente um pouco de quem você é, da sua história! Nasci numa cidade pequena do interior do RJ, numa família de classe média baixa. Perdi meu pai aos 10 anos, algo que determinou um amadurecimento precoce para a idade. Sempre gostei de ler, e acredito que isso, somado aos professores que tive, expandiu minha visão de mundo. Descobri que existia um mundo fora da minha cidadezinha e passei a sonhar com ele. Pavimentei o meu caminho com muito estudo, certa de que essa era a melhor (talvez única) alternativa pra quem vem de família humilde, como sempre disse minha mãe. Saí de casa aos 18 anos pra cursar a universidade e me estabeleci no RJ, onde moro até hoje. Fiz Medicina na Univ. Gama Filho e residência em Cirurgia Geral no Hospital Municipal Salgado Filho. Hoje curso a residencia médica em Cirurgia Oncológica no INCa e sou plantonista da emergência do H.M. Salgado Filho.
Como você se descobriu nessa carreira? Quem te inspirou? A escolha da profissão aconteceu mais baseada na afinidade pelas disciplinas estudadas e pelo interesse no cuidado com o outro; não tenho médicos na família, então o conhecimento sobre o dia a dia da profissão era limitado. Mas no percurso conheci profissionais maravilhosos que me inspiram até hoje, e que em momentos cruciais me fizeram ver que estava no caminho certo.
Em uma frase, o que na sua profissão te deixa assim?

Uma cirurgia difícil desempenhada com sucesso, especialmente no contexto do trauma onde nao há muito tempo para a tomada de decisão intraoperatoria.
Qual é o processo para iniciar uma trajetória como médica? São necessários 6 anos de faculdade de Medicina, após o termino você é considerado médico generalista e já pode atuar como tal; normalmente o começo é em plantões de emergência ou na atenção básica à saúde, como as clínicas da família. Tendo em vista que é uma tendência atual da Medicina cada vez mais a especialização, normalmente o próximo passo é a escolha da residência médica. No meu caso, mais 2 anos de residência médica em Cirurgia Geral e, no momento, estou fazendo a segunda residência médica, uma subespecialidade em Cirurgia Oncológica.
Como é o dia-a-dia da Medicina? A rotina é de muito trabalho, entre plantões de emergência semanais, atendimento ambulatorial de pacientes agendados no consultório, cirurgias eletivas e paralelamente a necessidade de estar sempre buscando formas de se aprimorar (eventos médicos, cursos, congressos etc). Sai de casa cedo, chega tarde, inclusive fins de semana e feriados.
Quais os principais desafios? O maior desafio é lidar com a falibilidade, que é característica intrínseca do ser humano. Mas no caso do médico, que lida diretamente com a vida, é fundamental minimizar o máximo possível a possibilidade de erro. Outro desafio é encontrar o meio termo entre razão e emoção, conservar a empatia sem perder o distanciamento emocional.
O que alguém precisa pra ser bem sucedido na Medicina? Compromisso com o paciente acima de tudo, dedicação e humildade para reconhecer que até o médico mais experiente nunca sabe o suficiente, está sempre em processo de formação e aprimoramento de suas habilidades.
Quais habilidades você teve de desenvolver? Além das habilidades manuais típicas do cirurgião, a capacidade de escutar muito mais do que falar, e saber extrair do paciente as informações que você precisa para a condução do caso; e a capacidade de comunicar notícias difíceis, como a de uma doença incurável ou de um óbito de um ente querido.
Qual a dica de ouro que você tem pra quem quer começar na Medicina? Não desistir na primeira adversidade, é uma carreira que exige muito mas também oferece muito em troca.
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